Num lugar onde os cantos dos pássaros se confundem, próximo de árvores um deles que juram não conseguir viver na natureza, resolveu voar. Achou um espaço aberto na gaiola e partiu, deixando seus três irmãos.
Passou o dia aprendendo a arte do voo, reconhecendo folhas e árvores. Experienciando sensações que viver dentro de uma gaiola jamais lhe permitiriam. No final do dia com fome e talvez saudade dos seus, começou o caminho de volta.
Como que num passe de mágica por fome e instinto, voltou!
Tinha o céu e preferiu voltar.
Eu não acreditei quando vi.
Queria poder entender o que ele sentiu conhecendo os ares?
Como foi a copa de um pinheiro brasileiro se não sabia voar? Talvez o que é da gente está assim tão forte que se manifeste quando é necessário.
Ficou feliz em voltar? Vai viver aqui tendo sempre na memória a sensação das alturas. E se nunca mais conseguir fugir? E se não tivesse voltado teria realmente morrido?
Bem da verdade todo mundo sente segurança em suas gaiolas e as nossas amarras ainda que invisíveis nos prendem aqui, ali, acolá.