E pra constar...

SORTE?

Pequenas e grandes coragens!

Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto, esseeterno levantar-se depois de cada queda, essa busca de equilíbrio no fio da navalha, essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo infantil de ter pequenas coragens.

( Vinicius de Moraes )

Descanso pro complicado...

Que todo mundo tenha um amor quentinho. Descanso pro complicado do mundo. Surpresa pra rotina dos dias. A quem esperar. De quem sentir saudades. Um nome entre todos. O verso mais bonito. A música que não se esquece. O par pra toda dança. Por quem acordar. Com quem sonhar antes de dormir. Uma mão pra segurar, um ombro pra deitar, um abraço pra morar. Um tema pra toda história. Uma certeza pra toda dúvida. Janela acesa em noite escura. Cais onde aportar. Bonança, depois da tempestade. Uma vida costurar na sua, com o fio comprido do tempo.

( Briza Mulatinho )

E eu?

Por morar em um país que passou por um período gradativo de democratização, onde  após lutas e  conquistas históricas, o conceito passou a ter valor de lei e  já me parece ser entendido por uma parte da população, escuto, leio, vejo nas mídias sociais uma série de fatos que me fazem desacreditar do processo. Que atravancam a possibilidade da real democracia deslanchar.

            E eu? Idealista que sou hoje venho justamente envergonhada descrever o desmando de um grupo de pessoas que fazem que administram    um município e que provém de um emaranhado de partidos que se juntaram em prol do poder, sem ideologias, sem princípios, sem norte, sem quase nada, apenas um desejo desigual de se manter no PODER, trocam serviços públicos básicos e de direito da população por votos.

            Quem me conhece bem sabe, e pra quem não me conhece eu vou contar,  que desde sempre eu abomino estas condutas, digo, falo, reclamo e proclamo aos quatro cantos. Talvez  esta minha postura de cidadã é que  acaba incomodando  o poder estabelecido. E incomodando a tal ponto que constrangida venho relatar  o  fato que segue, e não é de  ouvir dizer, ACONTECEU  comigo, em pleno local de trabalho.  Depois de autorizada pela chefia imediata prestei uma entrevista para a Rede  Bela Aliança de  televisão   (RBA), com o objetivo de divulgar  a importância, necessidade  e o direito da educação para o  trânsito. A entrevista aconteceu, as crianças  foram também entrevistadas e a matéria ficou  pronta, os pais foram avisados para que pudessem prestigiar o trabalho de seus filhos. Imaginem qual foi minha surpresa e indignação  quando  no dia seguinte fui informada pela mesma chefa imediata, que o PREFEITO não permitirá que a entrevista vá  ao ar. Nem esta e nenhuma outra em período eleitoral, isso me foi muito bem frisado.  Ele próprio ligou para a emissora para fazer a proibição. Os demais detalhes sórdidos,  prefiro não descrever, mas indignada até a alma pergunto:  vivemos em um país democrático? Existe  liberdade de expressão? Uma profissional de educação  que cumpre as suas atribuições  merece ser tratada   assim? A Educação é realmente o caminho pelo qual mudaremos o mundo? Pode um Prefeito querer mandar nos meios de comunicação? Ele tem direito de calar a divulgação de um trabalho sério e bem intencionado como o que desempenhamos em nosso Centro de educação Infantil?  Por que? Eu posso aceitar isso calada?

         Vivo num lugar bom  de se viver, verdade que  não  se está  aproveitando todas as suas potencialidades, isso  é público e notório.  Que poderia desenvolver mais e com sustentabilidade, que poderia oferecer mais saúde, educação, qualidade de vida para todos. Mas o que realmente me entristece é que parece que alguns pessoas desta minha querida cidade se acostumaram, se é que isso é possível, com esta política,  que por alguns míseros benefícios, reverte-se em votos e eleitores fiéis e adeptos que não protestam ou mesmo  não se questionam sobre seus governantes e suas ações, isto é, se omitem dos direitos por quase nada. Alguns pelos “favores” outros por serem favorecidos.

         Enfim, não posso permanecer calada, não é assim que eu ensino e aprendi.  Em tese o ciclo político do Brasil cumpre seu papel democrático, mas  o grau de corrupção e elevado, existe a impunidade, existe abuso de poder, existem tantas coisas.... e vejo poucas das partes se movendo para mudar ou transformar  a situação.  Está na hora dos brasileiros se levantarem  em cada município deste país onde estas barbaridades acontecem e entenderem que o “poder da mudança” está nas mãos de cada um, pois são estas que controlam o sistema não o governo.

P.s a imagem utilizada não é  a única a representar minha indignação, mas para este fato e situação é a IDEAL!

Um suspiro

E o que dizer do tempo sem vir aqui...é um paradoxo gritante, pura falta de tempo.

Não que não se tenha assunto, o que falta é voz, literalmente.

Não que não estejam acontecendo pequenas injustiças em doses homeopáticas e cavalares.

Nem que não se tenha deliciosas alegria e realizações... da forma que vejo a vida, acordar é benção e motivo de alegria.

Poderia lhes dizer das análises  políticas e educacionais que tenho feito... Dos IDEBs e das Coligações, dos princípios e da falta deles...Que muito me assustam mas que ainda não me fazem desacreditar  por  completo.

Também das desavenças que por coincidência  estão acontecendo concomitante na vida de pessoas amigas, que imaginam que meus conselhos podem ajudar...

Tenho descrições de saudades grandes e desenfreadas, de dores emocionais difíceis de curar... Tenho a possibilidade de escrever monólogos, diálogos, teses.

Como percebe, assuntos estão pipocando por aqui, trabalho, organização estratégias e diferente de tudo que já me aconteceu também um atestado médico.

Enfim! As vezes a gente precisa se sentir provocada!

P.s Isto que nem contei do clima, que esquentou descontrolado totalmente fora de época e propósito, para minha alegria.

Oh DEUS!

"Sinto agora mesmo o coração batendo desordenadamente dentro do peito.
É a reivindicação porque nas últimas frases andei pensando somente à tona de mim.
Então o fundo da existência se manifesta para banhar e apagar os traços do pensamento.
O mar apaga os traços das ondas na areia.
Oh Deus, como estou sendo feliz.

O que estraga a felicidade é o medo."


[Clarice Lispector, Água Viva]