E eis que uma senhora desconhecida adentrou o espaço, chorava incontrolavelmente, o tremor de seu corpo era visível .
Precisava falar, não tinha coragem de olhar nos olhos, sentou-se de lado e começou a dizer...
A sala que habitualmente tem um barulho natural, foi esvaziando-se e finalmente , apenas as lágrimas e palavras tão doloridas eram sentidas. Depois de um tempo foi possível entender que era um misto de humilhação, decepção e tristeza.
No primeiro momento ela apenas precisava ardentemente de um ouvinte... depois implorou em silêncio um alento.
Chegou a conclusão que nasceu pra sofrer e discorreu sobre fatos da vida que pra interlocutora só eram conhecidos nos telejornais. Eles... os problemas da vida ... os mais bruscos... estão adentrando o nosso mundinho.
Aqueles que nos dão vergonha de dizer-nos humanos...
E ... diante do fato, que de tão horrível não foi possível encontrar explicação, ficou a mensagem...
Que solidão será esta ... ou que sentimento é... que faz uma pessoa totalmente estranha precisar tanto de uma palavra de consolo, na primeira porta aberta.
Será a necessidade de encontrar a lei... encontrar esclarecimento...encontrar alguém para lhe secar as lágrimas...
Enfim, depois de umas duas ou três falas , a senhora se foi, se foi melhor , nem sei, se mais leve, ou talvez um pouco menos carregada...
Deixou pra trás uma pessoa aqui, desolada , com vontade de fazer algo, e se um pouco a conheço... algo será realizado.
"Não se preocupe em entender... VIVER ultrapassa qualquer entendimento." Clarice Lispector
27 agosto 2007
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