09 agosto 2009


"Pois bem, quando eu consigo fingir, não é por muito tempo. Pasmem: sou colorida, cheia de vida e amor pra dar, mas estou longe de ser uma pessoa alegre a vida toda. Durante o dia, meu raciocínio frita, meus hormônios borbulham, o coração dá nó, os olhos incham e meu humor oscila durante vários turbulentos momentos. Tom-sobre-tom? Inexiste. Meios termos? Desconheço. Quando sou feliz, sou admiravelmente feliz. Quando estou mal, me deixa, eu choro rios. E eu me permito ficar mal. Valorizo cada dorzinha do lado esquerdo do peito, cada vácuo que surge, assim, involuntariamente, no meio de uma noite de sexta-feira sozinha em casa. Valorizo e me permito, principalmente, passar uma noite de sexta-feira sozinha em casa. Eu e eu. Suficiência e pausa. Dois hiatos mudos que só eu sei sobre. A minha felicidade é feita por momentos, não um estado de graça que dura 24 horas no controle remoto (...) Quando me vi, já estava lá, sendo. Mal conduzida, indigesta, sem paciência com os outros e com o tempo que passa depressa demais. "
Mariana Vasconcellos

PS. pra não dizer que não passei por aqui e deixei retalhos de algumas impressões.

3 comentários:

mfc disse...

uma bela escolha dos sentimentos que vão alternando em nós...

Dona ervilha disse...

Ajeite tempo para vir escrever aqui... e para me visitar também.

Luciana Andrade disse...

Bela escolha de texto!
Ótima semana, flor!

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Só o pó!