Em noite de sexta, de pós rebuliço, de semana bem pra lá de agitada, neste momento o silêncio invade a sala, a lua está no céu e a noite parece que nem sabe de nada, das poucas e não boas que aconteceram por aqui, está ali, representada numa escuridão de cor prata.
Nesta semana as águas novamente provaram que vem e vão embora no exato ritmo que desejam, se culpa do homem, das edificações, dos tempos, dos colonizadores,talvez... o fato é que as mesmas que são vitais, em demasia trazem pavor e desolação.
Que passará, certamente passará, elas já sairam do curso outras tantas vezes, largaram o leito e adentraram casas, lojas, escolas, plantações e retomaram e retomamos e sempre retomamos.
Mas é claro que o sol, vai voltar amanhã! A propósito ele ja olhou pra mim hoje bem no final da tarde.
O desejo aqui não é descrever a vastidão das águas, nem suas devastações que já foram amplamente discutidas quase a exaustão, ele o desejo, consiste em respirar fundo, em sorver o silêncio deste momento, ainda que diante do inusitado que me é, possuí-lo. Em situações assim, aqui nem se sabe exatamente o que fazer.
Será que aproveita-se pra pensar na "promessa", ou de repente no ciclo que finaliza, poderia quem sabe fazer planos para recondução ao prumo,daquele que foi herói,mas sabendo-se de antemão que não quer mais aprumar daquela forma.
Silêncio raro assim, poderia ser para planejar, pensar nas estratégias daquele velho sonho que sentadinho ali, fica fitando bem dentro do olho, esperando ações,parece que ele sabe que eu não resisto a um olhar firme sem ação, ou quem sabe ficar na observação das paredes que estão alvas como nunca, no veículo que ainda nem está pronto e já anuncia ter que bulir nas inexistentes economias.Quem sabe, o shampoo milionário que promete manter a cor que foi tão bem vinda.
Agora seria momento ideal para planejar, escrever,ler, trabalhar naquela ou na outra palestra que ainda está por vir, reestruturar texto que nasceu por acaso e agora grita por tomar forma...
Opa, stop,nem seriedades, nem futilidades, toda e qualquer possibilidade destas ou das outras não descritas e nem por isso menos latejantes, todas trazem barulho a sala, é hora de parar imediatamente, bem quietinha.
Porque hoje, hoje o gosto precisa ser tão e unicamente o de sorver uma taça de vinho no mais completo silêncio.
Assim será.
2 comentários:
Uma lindíssima reflexão sobre a vida... o futuro... e a imponderabilidade de tudo!
O silêncio... ah! o silêncio! sem ter o que escrever, sem ter o que dizer, as vezes é falar com Deus, outras é para ouvir Deus.
Os mudos e surdos então, estão sempre ouvindo e falando com Deus? Não tolo! Não é disto que o texto trata!
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