Meu not dá ares de que vai falecer.
Tem seus seis anos de lida diária, ele realmente é muito utilizado. E se morresse hoje já teria cumprido sua missão.
Desapegos e substituições tecnológicas, eu sofro dos dois problemas. Mania de considerar que o que é meu precisa durar pra sempre, isso inclui amizades,trabalhos, livros, bolsas, sapatos, lugares, cheiros e tanto o mais... Também me preocupa absurdamente a rapidez com que as pessoas trocam tudo, substituem, jogam no lixo, vejo as tecnologias em perfeito estado se tornando obsoletas pelo simples fato de substituírem no mercado por outra com mais velocidade, ou seria o consumismo? Ou o desejo de ter o que é melhor e mais potente? É, acho que faço parte de uma geração que gosta do cuidado, dos consertos, dos reparos, que estabelece uma relação de apego e de valor as coisas que tem e suou pra conquistar. Será isso bom? Será fruto de uma geração? Será por ter nascido aqui e na família no contexto histórico em que me constituí? Vai saber... O que tenho certeza é que sofro com despedidas, me dói abrir mão das minhas coisas, me machuca perder pessoas que amo. Sorte não ser assim com ideias, por sorte consigo quebrar paradigmas com mais facilidade do que dou fim em minhas meias velhas.
Prevendo o falecimento anunciado estou tratando de salvar tudo que posso. Função de dias e dias. Dentro de um notebook tem parte da vida acadêmica, tem frases,imagens, músicas poesias, textos e afins. Mas, o que primeiro eu resolvi salvar, acometida pela síndrome de que "amanhã ele pode não ligar mais" foram as minhas fotografias. Que são milhares, milhares mesmo de verdade, tem centenas de cada evento, de cada encontro, de cada viagem , de cada almoço de família. E carregando todas no "oneDrive" criei um ritual de observá-las carregando e concomitantemente ir apagando em sua pasta de origem, para poder observar bem, ver todos os detalhes, detectar minúcias outrora não vistas. Elas me parecem tão mais bonitas, puxa,(!) quantos lugares maravilhosos os meus olhos já viram...Quantas pessoas fantásticas eu já tive o prazer de retratar. E neste exercício tenho lembrado de tantas passagens, tenho despertado tantas impressões e sensações que me fazem me amar mais e amar mais a fotografia. Elas eternizam momentos, elas acordam emoções!