08 outubro 2007

Confissão:


Escreveu diários, em cadernos enfeitados com lacinhos e fotos de revistas, durante longos anos. Bem da verdade , começou a escrever diários , muito antes do que todas as outras meninas. Lá não se perdia de registrar um fato apenas, e ainda hoje, quando relê , alguns dos sobreviventes, se emociona, ri sozinha e até permite que a nostalgia se encorpe e transforme-se em lágrimas. Tamanha a emoção que perpassa por aquelas palavras.

Terminou e iniciou relacionamentos com o simples registrar de um bilhete...
Na época da maternidade registrou cada detalhe, primeiro banho, cólicas, noites mal dormidas, primeiros passos, palavras e tudo o mais.

Nas crises que a vida a dois as vezes emplacava, o melhor confidente sempre foi, quem lhe deixava dizer, dizer, dizer... sem interromper para consolo.

Engraçado como escrevendo acabava se descobrindo, hora vilã, hora mocinha.

A bebezinha hoje,já é adolescente, as crises teoricamente se disiparam... os motivos para escrever , talvez tenham amadurecido, do registro de seu próprio umbigo, para a amplitude do mundo , das relações com pessoas, e dos contextos milimetricamente observados.

Escrever sempre foi uma forma de confessar consigo mesma.

Mas talvez... em nenhuma das etapas da vida, tenha sido tão imprecindível como agora!

6 comentários:

mfc disse...

Somos um somatório de atitudes, somos um conjunto de diferentes sentires em diferentes instantes da vida.
Mas somos nós!

Anônimo disse...

Adorei!!!

Anônimo disse...

Adorei!!!

Carol Timm disse...

Catia,

Escrever pode ser um hábito, pode ser um vício, pode ser uma paixão.

Alguns escritos tem uma vida maior, esses valem a pena ser relidos, divulgados, se possível eternizados...

Às vezes é bem difícil saber o que é uma coisa ou outra.

De qualquer forma, os diários guardam pensamentos, lembranças e até sonhos de um passado, que ser raíz de um presente feliz.

Beijos,
Carol

Marilac disse...

Catia,
Lindo texto!

Escrever é uma forma de entender melhor o que vivemos, parece que tudo fica mais claro no papel..

E vc escreve tão bem!!!

bjs

Marilac

Rod Brandão disse...

Valeu pela força! Essa foi emocionante, não se já havia lhe contado que eu escrevo algums dias na semana sobre ,mim. Claro que não publico, 1, pq não sou e n~çao quero me tonar uma pessoa pública, 2 pq ainda creio que há mentes mal intencionadas com relação a eu.

Particularmente gostei do momento em que vc descreve que quando escrevemos sober agente (nossa pessoa) agente se descobre, tanto p bondoso, quanto p maldoso. Acho que até de algusn de nossos medos também.

Sempre falo p pessoas que tem mente criativa que escrevam e sempre.

Tem um filme (Às Horas) que foi inspirado no livro da mesma pessoa quem o escreveu. (Biografia), agora não me vem na memóriao quem é. Mas a idéia é que, em uma certa perta do filme, essa pesso mesma diz que agente tem que prestar atenção na vida. E procurar registrar até mesmo as coisas idiótas que há nela. Pois sempre há uma verdade naquilo.

Acho que isso se chama capacidade de se deixar supreender pelos detalhes que a vida nos proporsiona.

Abraço!

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Só o pó!