02 novembro 2007

Profundidade a meu modo

Hoje acordei "profunda", não sei bem , se pelas reflexões que algumas taças de vinho inevitávelmente me trazem. Talvez pelo barulho de chuva na calçada , ou o silêncio que impera por aqui.

Tem uns assuntos meus ,que me tomam as vezes, geralmente em momentos assim.

Decidido é que tenho um fio condutor muito presente , quase que se pode chamar de leme, que compondo com muitas outras atitudes,consiste em dizer as pessoas o que penso delas . Seja agora ou depois mais. Como tudo nesta vida, esta postura oferece riscos. Ser entendida ou não, agradar ou não, esta é a questão. O pior? É que isto não me incomoda.

Trocando em miúdos, ( e talvez fosse desnecessário fazê-lo) não deixo de dizer o que penso, seja positivo ou não o assunto a ser tratado ,entende?

Mas a dúvida está posta, será que é realmente interessante "dizer"?
E quando a gente é interrompido bruscamente , e nem disse tudo?
É mais ou menos nisso que consiste a profundidade do que eu queria decifrar.

Enquanto o sol não brilha e a chuva está incorpando, eu não chego a ponto algum , me basta parafrasear Clarice :

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

Fotógrafo: Wilfried Krecichwost

Um comentário:

Gabriel disse...

De certo modo, me faço essa pergunta às vezes também. Tenho muito, mas será que as pessoas com quem falo estarão sempre dispostas a ouvir? Óbvio que não. Então, o quanto vale a pena insistir, e o quanto vale a pena investir minhas forças em outras questões para as quais estejam mais receptivas, ou outras pessoas, enfim?

Não sei não sei não sei. Existem meios e meios, e somos finitos. Amo Clarice, mas não posso concordar com ela, de certa maneira sinto que algo em mim pede transformação - e o desabrochar pessoal passa, necessariamente, pelo desabrochar social - a transformação de um mundo do qual não compartilho do sistema.

Hnm..

beijos!

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Só o pó!