08 março 2010

Adélia Prado

E daí que eu senti uma vontade enorme de imitar uma "Caixa" e Adélia lhes apresentar.


"Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não POSSA casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro uma sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- Dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
Já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou. "


Simplesmente a-d-o-r-o!

5 comentários:

Rose disse...

Eu também adoro Adélia!
Um excelente poema para lembrar a MULHER e suas múltiplas possibilidades!
Bjs.
Rose

Marcelo disse...

Venho ouvindo essa poesia na tv esses dias.
Sim, é belíssima.
Aprecio muito seu ritmo, como uma valsa sensual.
Mulheres são mesmo incríveis e absolutamente complexas.
Aprecio também a complexidade, coisas simples me entediam...

Beijos meus.

Marilac disse...

Catia,
Que bom vir aqui e ler Adélia.
Eu não conhecia este poema e adorei.
"Mulher é desdobrável. Eu sou"
bjs
Marilac

Di disse...

Agradeço sua companhia, eu ainda estou decidindo se continuo ou não com meu blog.

Se eu tivesse escolha, nas próximas vidas gostaria de nascer uma ave que voe; mas, se tivesse que escolher entre ser mulher ou homem, escolheria ser mulher em todas as vidas. As mulheres geram vida, isso é muito bonito. Tomara que um dia todas as mulheres possam viver com dignidade.

. fina flor . disse...

ela é ótima, mesmo!

tem um livro dela chamado Bagagem que gosto muitão.

beijos, flor e bom fim de semana

MM.

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Só o pó!