29 junho 2015

Hoje, todos aprendemos tanto!

Eu voto  que a gente devia ter mais tempo pra  conversar, observar e ouvir as pessoas.
Quando observamos a vida detalhadamente é possível aprender.
Eu que gosto de aprender e me utilizo de todo e qualquer detalhe para  isso, hoje  tive assuntos para elaborar  uma tese.
A família que esteve  comigo em reunião tem uma estrutura diferenciada, o pai que já não vive mais  com a mãe decidiu assumir pra  cuidar de um dos filhos a mãe  ficou  com os outros dois. Um deles  o caçula e  motivo de nosso  encontro tem um rancor que parece de um homem  velho  e amargurado, com seus onze anos de idade já tem comportamento e mágoa que de tão grande não cabe nele e transborda em palavrões, gritos, empurrões  e afins.
Mas eles  se amam, a sua  forma isso  ficou explícito, ele o pai acredita que em menos de um mês daremos  conta de cumprir os  combinados e o menino ficará bem, "comportado". Contou em detalhes as estratégias de  como  educou o  outro e jura que funcionou. A mãe sofreu tanto, até apanhou e é dela  que o menino aprendeu um pouco de  preconceito e baixa auto estima, se sente o último dos meninos e também confessou que não lhe obedece  e manda nela. 
Eu precisei dizer que os pais  precisam voltar a mandar nos filhos, lhes dar amor e limites.
Ele o pai me  contou porque nunca mais  foi a uma reunião de pais, eu fiquei perplexa ao ouvir de que forma as palavras regem nas  pessoas.
A professora revelou no tom de voz que estava percebendo alguns porquês naquela  conversa, ela nunca havia visto o pai do menino e os dois são absolutamente iguais.
Conversamos muito, baixamos a guarda, fiz  questão de afirmar que queremos o bem do garoto, que estamos no mesmo barco, que a felicidade dele é o que importa. Precisamos seguir cada um desempenhando o seu papel nesta história.
E naquela conversa de menos de duas horas pude  perceber  que o pai austero e temido na cidade, ex marginal, que já  cumpriu pena por homicídio  tem sentimentos, princípios e quer o melhor pro seu filho, inclusive me  confidenciou que metade de tudo que fez de errado na vida não teve ninguém pra dizer pra ele que poderia fazer diferente.
Aproveitei pra dizer  que ele é o ídolo do filho e que este o admira muito.
Nos unimos  com o objetivo de  ajudar esse  garoto, fazer sua vida mais leve  e melhor. Elencamos algumas ações, vamos nos dar as mãos, cada um dos atores  do processo deram a palavra e  firmaram  compromisso. 
Eu voltei reflexiva percebendo que podemos nos dar as mãos, que aliás este deve ser o único caminho possível a seguir.
Eu vou investir muito pra que nossos  combinados deem frutos, para que a gente possa acreditar e seguir fazendo a diferença. Não existe outro objetivo do que o de fazer a vida das pessoas  melhor.
Hoje, todos aprendemos tanto!

P.s Não julgar, pra mim, foi o maior aprendizado

Um comentário:

Paulo Henrique disse...

As últimas conversas e debates que tivemos sobre o tema educação teve como foco a má qualidade da educação, a remuneração dos professores, e outros entes do processo da educação, as palavras abaixo, é do nosso último texto:

"A má remuneração dos professores não é a responsável pela baixa qualidade da educação. Hoje! A atual situação da escola é muito diferente da escola de pelo menos quatro décadas.

No passado a escola representava um símbolo que hoje está desgastado, inutilizado. As escolas têm mais profissionais envolvidos; tem mais e melhores profissionais contratados; muitas escolas tem professores, técnicos, psicólogos, terapeutas, auxilio de órgãos como Conselho Tutelar, CREAS, e outros organismos, mas, a escola perdeu sua principal base: a família."

É isto que vocês estão enfrentando: A escola perdeu sua principal base: a família. Resgatando as famílias, as escolas dão um salto de qualidade inimaginável.

Mas, vocês tem tempo, condições, e planejamentos, tal que, consigam atender o ambiente escolar, as práticas pedagógicas, e todos os itens necessários e exigidos da educação?

Total de visualizações de página

Só o pó!