Em alguns dias que o sol tá brilhando, que o calor definitivamente não é de julho, que se para pra dar um respiro e o desapegar vira palavra de ordem.
Mas desapegar de verdade.
Daquele jeito que parece que nada deve ficar nas gavetas e guarda-roupas. Nem a renite atrapalha neste dias. Tudo é remexido e revirado e de algumas coisas a despedida é inevitável.
Lido bem com roupas e sapatos antigos nestes dias, e tudo deve ser entregue rápido pra não dar dor no coração e vontade de guardar novamente... E assim foi!
Mas os papéis, os bilhetes, as fotos, os cadernos... ah, alguns já tem mais de duas décadas e nunca chega a hora de reciclar. Eles mais do que qualquer outra coisa refletem um tempo, vivências e momentos que não voltarão jamais. assim é com aquele diário de nascimento, o caderno da faculdade, o da pós...As cartas, (sim, eu guardo cartas e bilhetes) algumas fotos fora de lugar.
Não foi desta vez que eles se foram, resistiram a milésima faxina e continuam ali guardados para que possam ser vistos, tocados relembrados.
Que bom que eu desenvolvi o hábito de escrever e que nos meus registros eu consegui descrever o que sentia em cada um dos momentos.
O que mais me surpreende é exatamente a mesmíssima proporção em que mudei e que outras coisas permanecem sendo "valor" desde aquelas épocas. presumo que é assim mesmo que eu gosto de ser.
O tempo tem sido rápido e me assusta a velocidade e as marchas que me impõe. Eu sigo, renovada de lembranças e de saudades. Agradecida por vivências que não trocaria por nada nesta vida, pessoas que foram e continuam sendo especiais e referências.
Os ácaros andam lucos pela casa e meus olhos inundados de coisas boas.
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