14 novembro 2019

MEU ANIVERSÁRIO


Mais um novembro chegou!
Eu gosto de me definir de tempos em tempos e estas definições 
 acontecem nesta época do ano. Não espero o natal e nem tão pouco  a virada.

Prefiro a época que pra mim  finaliza um ciclo.

Eu amo fazer aniversário!  Nascer no dia da proclamação da República (ainda que a República esteja problemática)  e por decorrência em dia de feriado é tão bom!
Que fique registrado de antemão.


Quando chegamos aqui no décimo primeiro mês do ano eu olho pra traz com mansidão, coisa que nem sempre consigo fazer no  aperto do dia-a dia.
Olho com calma e a delicadeza de quem quer ter certeza que aprendeu um pouco, que melhorou mais um pouco, que obviamente ainda tem muito por crescer.

E bem verdade que depende bem com que grau de exigência que  me olho, talvez até seja por isso que estimo esta época, porque consigo me observar sem tanta cobrança.
Me olho mais mansa e de longe me vejo criança , filha única, por quase nove anos, criada e crescida no interior, na minha Serra e rodeada de primos e amigos e alunos da minha mãe, me vejo mimada, impossível de luta e querendo todos os brinquedos e roupas que as vendedoras sabiam que seria apenas oferecer. Isso foi completamente superado, mas juro que começou errado.  Me vejo falante,(ha) na escola aos cinco anos de idade, leitora e alfabetizadora de ursos. 
Olhando com mais precisão vejo uma adolescente cristã, que rezava na missa e também dava doutrina. Cheinha de valores e até alguns paradigmas moldados por uma noviça incrível. Estudiosa e dançadeira. De riso fácil, me vejo assim desde sempre e gosto disto. 
 Sim eu vejo, começando a trabalhar com 16 anos e no caixa de um supermercado, de onde sai através de um convite e cursando o magistério pra trabalhar na educação. Minha maior  paixão no mundo, começou bem ali eu posso ver. 
Me vejo menina e mulher aos 19 anos, noiva e entrando na igreja pra começar uma vida a dois quando ainda nem sabia viver pra mim.
E com  uma enorme nitidez me vejo grávida de uma menina tão linda, tão incrível, tão maravilhosa.  Eu me vejo mãe!
A minha forma, é  como eu mais gosto de ser no mundo, mãe! Ainda que seja a tipo linha dura executando  a terapia do cangaço. 

Eu me vejo  aprendendo a falar algumas frases em alemão, pra chamar crianças que falavam este idioma, vejo 
O Hanna Misfeld  eu passei em muitos outros educandários mas foi este  que me ensinou sobre amor, sobre humanidade e sobre  o que eu gostaria de fazer pela vida inteira. 

E foi ali  neste CEI onde dividindo a carga horária com outra escola eu passei nove meses de  gravidez. Me vejo de macacão azul brincando de roda com as crianças. Em alguns dias aprendendo muito mais que ensinando.
Naqueles tempos sobrava poucos momentos para me olhar.  Hoje eu  vejo  o  quanto amadureci sendo mulher, casada, aprendendo a cuidar de uma casa  em meio a 40h de trabalho em outra cidade, um marido, uma filha e um curso de pedagogia. 
Ah! Ali eu tinha 20 anos. 
E quase nenhuma experiência de nada. 
Olhando na espreita volta uma mãe diferente, talvez não tão maternal mas que desejou desde o primeiro dia, juro! Desejei ajudar a formar um ser humano ímpar e nesta hora não vejo bem porque meus olhos ficam marejados, mas sei que deu certo! Até hoje é o meu maior feito. Eu vejo todos os dias,  nas atitudes da minha filha o amor o respeito, senso de justiça,vontade de trabalhar, alegria em ajudar as pessoas.  Está parte eu sempre vou ver com orgulho. 

E eu sigo...

Me vejo, sendo desafiada a fazer  gestão aos 29 anos, sem nenhuma experiência, eu tinha vontade de aprender e toda a coragem que o desafio me instigava a ter.  Estas duas características me acompanham até hoje e as tenho como qualidades. 
Foi ímpar a experiência que vivi, dediquei minha juventude e minha ousadia em fazer bem feito naquela terra que me viu nascer. Eu aprendi formar equipe e ser Muito exigente com aquele líder que me ensinou a base da gestão. 
Despendia  nesta época toda energia do mundo a tudo, atirando com a mesma força para todos os lados. 
 Eu me vejo mais madura e com muito mais inteligência emocional do que naquela época, justamente porque não perdi as lições de nenhum dia sequer. 
Hoje reflete aqui  no meu espelho uma mulher que em se tratando de trabalho sabe exatamente em que deve empenhar suas forças. 
Foram oito anos de gestão, prudencialmemte  quatro de sala de aula pra  não perder a dimensão deste chão e o retorno a gestão que já completa mais sete anos. 
Eu me vejo estudando loucamente para me manter gestionando conflitos e inspirando pessoas. 
Nestes anos eu me vejo agregando bem mais do que perdendo pessoas, foram duas até então e por opção delas.  No demais tem tanta gente boa a minha  volta que sinceramente não sei se mereço. 
Chegamos aqui, da de fazer um balanço, teve 
angústias, algumas grandes dores, (Minha avó se foi )uma derrota que só conheceu quem estava perto... Eu não sou destas de chorar pitangas, até porque foram coisas que já se foram...não me demoro padecente.

Olhando lá na frente, algumas certezas,quero continuar gostando de GENTE, respeitando suas individualidades e escolhas. Gostando de vinho, vodka e roda de  chimarrão. Que bom Gostar mais de líquidos do que de sólidos.
Quero continuar propagando amor e esperança por onde passo, sendo sensível a arte e a dor,
espalhando sementes sem intenção de colheita. 
Desejo manter as minhas humanidades, diminuir defeitos mas me sentir humana e saber que se estamos neste plano e por termos do que melhorar. E se algo der muito errado, tudo bem, acontece para os mortais. C
O erro só não pode ser de caso pensado., o demais e perdoavel.

E hoje, ao me olhar no espelho nestes faltando 20 minutos para o dia 15 de novembro,eu  vejo exatamente a mulher que sou e a que desejo me tornar, sei que caminho no rumo certo. Sigo acertando errando, me desculpando, me reinventando. 


 Hoje, agora a pouco , fiz o exercício de olhar pra dentro e
por viver com alegria concluo sem demora: é a menina que vive por dentro, que alegra a mulher de fora. 







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