Quem dera eu tivesse tido disposição, inspiração e coragem para escrever o que tenho vivido...
Nem aqui que é o meu divã. Meu diário de bordo.
Que é o meu lugar de dizer, onde só recebo estranhos com os quais posso ser quem quero e alguns e raríssimos convidados conhecidos.
Parece que não sou capaz de precisar de alguém e dizer, talvez esta mania de ser ouvinte e quase nunca falar das minhas coisas.
Mania de ser forte o tempo inteiro.
Preciso flexibilizar algumas verdades que já não são tão verdadeiras.
Talvez tenha necessidade de fazer entender o interstício da palavra. Um desejo de que as entrelinhas digam o que se passa aqui dentro. Um desejo de colocar pro mundo e ao mesmo tempo deixar aqui dentro bem quietinho uns sentimentos estranhos... que talvez se ficarem em pausa se dissipem.
O que realmente ando precisando é de escuta, bem mansamente, sem NADA dizer. Apenas perceber porque este intervalo me é indispensável.
A escuta denota amor e pra ser escutado eu preciso da solitude de dois bons ouvidos e da empatia de alguém.
Minha ausência não necessariamente é silêncio, porque de verdade aqui dentro tem muito barulho.
Eu só queria a escuta atenção e o silêncio que se dedica as pessoas importantes, aquelas sem julgamentos.
Confesso, estou precisando ser ouvida sem pressa, sem mais... apenas pra me dar o direito de sentir que precisar ser ouvida não significou e nunca significará fraqueza.
Justo eu? Querendo isso?
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