29 fevereiro 2008

Mais um episódio


Diariamente algumas pessoas adentram a sala para reclamar seus "dereitos".
São tantos fatos, que se registrados ja seria possível escrever um livro, meio tragi-cômico, com certeza.Infelizmente algumas pessoas conquistam ou precisam conquistar os seus direitos no grito.

Nesta tarde de chuva, quando é propicia a visita , foi se chegando uma senhora que precisava saber, onde se faziam as reclamações sobre a área da saúde. Entrou com uma moça a tiracolo, que mais tarde ficou claro que era sua nora. Bem nervosa e agitada iniciou a fala. Pedi para sentar-se , ficar mais calma e contar o que aconteceu. O fato relatado em bom tom e repetido três vezes , sucedeu-se na farmácia básica e tinha indícios fortes de mal atendimento. O assunto específico? A distribuição de contraceptivos, camisinhas por sinal, que até a presente data foram entregues para o mês todo e nesta infeliz sexta-feira, apenas doze, entendam, apenas doze , para o mês e isto era sim, um grande absurdo na sua concepção ou na contracepção. A indignação maior foi receber apenas mais "doze" para sua nora, e depois disto a enfermeira teve a coragem de debochar dela com uma risadinha boba. Tomei as devidas providências , liguei ao departamento , entendi e expliquei a situação de licitação, deixei claro que dentro em breve mais 18 lhe seriam entregues, e seria conversado com a funcionária. Ela acalmou-se , sentiu-se vingada e muito agradecida, depois de me expor sua vida sexual e também do filho, despediu-se e partiu.


Detalhes de uma tarde chuvosa de verão.

25 fevereiro 2008

Assim:


Assim entras no teatro e te chamam para fazer o papel de alguém que não veio, e dizes que nunca viste a peça e nunca leste o texto e nada sabes de marcações intenções interiorizações e te dizem que não importa porque é só um sonho e um sonho não precisa ensaio.
Caio Fernando Abreu
Obrigado por
EXISTIR!

24 fevereiro 2008

Clave de Sol


Faz música pra mim e coloca em envelopes fechados por língua morna. Faz versos nas costas da lua. Dedilha nossos desafinos. Na areia da praia anoitecida, deita minha ausência e colhe os ruídos. Oferece na concha das mãos. Segredos. Canta baixinho e grita desespero para abafar o silêncio das pausas. Desatina mariposa, asas de procura nos meus olhos acesos. Desenha em ponta de agulha sobre a pele e assina o nome por baixo. Criptografia. Espera. Até ouvir meu riso com gosto de maçã a provocar cócegas na saudade. Ele faz música e promessas bordadas em gaze. Eu sangro. Ane aguirre

19 fevereiro 2008

Interrogações



Não é interessante ter que dizer o óbvio.
Fico irritada quando preciso fazer isto.
E o pior, eu ja tive muito mais paciência.
Mas nestas obviedades diárias, uma questão surge latente, será que ética pode ser ensinada, aprendida?

Será que os valores se compõe numa questão predominante de contexto e ensinamentos , ou fundamentalmente no que ja nasce enraizado conosco? o que se sobrepõe?

Um projeto de vida, precisa ser balizado por valores, então, se ampliarmos esta concepção para a vida profissional, é um universo de muitas pessoas, de diferentes entendimentos, ainda que alguns estejam relativamente próximos, eles conflitam constantemente.

Sim, eu sei, é nos conflitos que crescemos, desenvolvemos, aprendemos e emos e emos emos...


Mas será que tudo precisa necessariamente ser tão atritoso?
Hoje eu me desmancho em interrogações. (?)

16 fevereiro 2008

A esfinge

Ofélia tem os cabelos tão pretos
como quando casou.
Teve nove filhos, sendo que
tirando um que é homossexual
e outro que mexe com drogas,
os outros vão levando no normal.
Só mudou o penteado e botou dentes.
Não perdeu a cintura, nem
aquele ar de ainda serei feliz,
inocente e malvada
na mesma medida que eu,
que insisto em entender
a vida de Ofélia e a minha.


Ainda hoje passou de calça comprida
a caminho da cidade.
Os manacás cheiravam
como se o mundo não fosse o que é.


Ora, direis. Ora digo eu. Ora, ora.
Não quero contar histórias,
porque história é excremento do tempo.
Queria dizer-lhes é que somos eternos,
eu, Ofélia e os manacás.

Adélia Prado

13 fevereiro 2008

"Toque"

Ja passou por uma série de situações.
Só destes , já são oito e todo início e sempre parecido, permitindo variações típicas.
Surtos de médica , psicóloga, arquiteta, guarda de trânsito...
Mas hoje, precisou agir da forma mais "complexa" , ou seria, profunda?
Nem sabe.
Tocar no íntimo, quando o íntimo nem é de alguém com quem tem intimidade.
A reação inicial foi sim de melindre, muito!
Mas como quase sempre, as palavras foram se espalhando na dose certa.
E por Deus, ela afirma, só por ele, a missão foi bem sucedida.
Amém, por hoje ter, uma senhora lua no céu.
Aquela, que sempre acorda as sensações mais minuciosas!!!!!

12 fevereiro 2008

Aquele texto


- Mãe, tu sabe aquele texto do Bill Gates, que todo mundo ja leu?

Aquele, que até os piás que nunca lêem nada, ja leram mais que uma vez?

- Sei.

- A professora trouxe, pra gente ler no início das aulas. Com erros de português . Quando falamos pra ela, disse que não tinha visto. Aproveitei e contei que tinha erro de concordância também.

- Você tá falando sério, posso ver?
- Não , ela corrigiu a caneta e levou, porque vai usar em todas as séries.

E isto... envergonhadamente me rende um post , amanhã talvez ela proponha a "redação das férias".
( )

10 fevereiro 2008

E hoje... chove!


"Menos pela cicatriz deixada, uma ferida antiga mede-se mais exatamente pela dor que provocou, e para sempre perdeu-se no momento em que cessou de doer, embora lateje louca nos dias de chuva".

Caio Fernando Abreu

09 fevereiro 2008

"Fio de Ariadne"

Todo percurso requer, crenças, conhecimento, valores, enfim, fios ... tipo o de "Ariadne", que precisam estar conosco, muitas vezes até, para auxiliar a escolher ou re-encontar o caminho.

Alguns se tranformam, renovam-se, outros permanecem intocáveis.

Tenho duas máximas, que me acompanham sempre em toda e qualquer situação de decisão, escolha, contentamento ou tristeza...


"Nada é por Acaso"


"Isto também vai passar"


Aqui... sempre funciona!

06 fevereiro 2008

Paz

Sabe aquela pessoa, que você achou que não te olharia mais nos olhos nesta encarnação?

Foi chegando, desprovida de todas as armas e prestando atenção, veio buscar conversa.
Percebi seu respeito e reconhecimento.Sorrindo e também mais leve, se despediu.
Finalmente entendeu, se redimiu em atitude, sem precisar tocar no antigo assunto em questão.
E eu? Tô explodindo de felicidade, conviver em paz me deixa assim.

04 fevereiro 2008

Conviver


Costumeiro barulho de muitos ruídos,
cheiros e temperos autênticos de lá.
Em mesa repleta , que é caso de sempre.
Todos os sabores , salgados e até cítricos
Seguidos de doces e líquidos e muitos líquidos.
Cenário perfeito de gente reunida não só em sua volta, mas por laços eternos.
Independem dos caminhos que cada um tem trilhado.
Trocando sorrisos, conversas , que agora diversas, quando acontecem ,
tem gosto de vida.
Coisa bem rara e prazerosa nestes dias.

"Tanto cada um é um que todos somos nós."(Millôr)

O seu umbigo


Sempre me chama muito a atenção , pessoas que tem uma coragem que eu não tenho e nem quero ter. De pensar só nelas, como sendo o umbigo do mundo, em detrimento de muitas outras, menores e sem condição de escolha.

Eu não gosto deste tipo de gente, se é que você me entende.

02 fevereiro 2008

FERIADÃO

Sou simplesmente apaixonada por sextas-feiras!
Sábados que nos devolvem o sol.

Pra gostar mais... só quando elas anunciam feriadão.
O Carnaval trás , e neste ano com ultra rapidez,um último gostinho de ficar meio sem fazer nada.
Depois sabemos, que efetivamente a vida aliviará apenas em dezembro.

Prefiro os enredos e o brilho das escolas de samba, inebriados de pouca reflexão de minha parte, sobre o contexto,do que as propagandas do Ministério da Saúde para evitar a AIDS, que no seu íntimo incentivam indistintamente a prática de sexo, me parecendo neste caso... banalizado.

Êxtase

Esta foto é minha e tem algumas ali a direita.

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Só o pó!