06 dezembro 2012

Doador de lições

Um nobre vendedor de harpas adentrou hoje um dos meus locais de trabalho. Muito mais do que  música  doce ele me trouxe reflexões, me fez pensar na vida.
Num sotaque nordestino e  com sorriso e tom de voz descansado  e profundo ele afirmou que está de passagem no sul, visitando parentes no litoral, mas que vende melhor suas harpas em sua terra, onde as pessoas gostam mais de música e alegria. Comentou ainda que passamos a juventude trabalhando e  a velhice  comprando remédios para ter saúde.  Sem compreender porque  e também sem mudar o estilo de vida, os princípios dela. Ele aprendeu que a abundância vem de DEUS  e  é ELE  que nos   concede. Me disse  que já havia almoçado, ele, seus filhos, sua mulher e que era muito grato por isso e por tudo.
E mesmo sem vender, agradeceu e se foi. 
Eu queria tanto conversar mais com ele, argumentar, justificar, concordar, contradizer  e também  DIZER da vida que eu amo  e escolhi, que nem foi para ter abundância ou riqueza material. Que a "dita"  está realmente tão apertada e tão corrida que não me permite  conversar,ver, visitar,  fazer ou atender uma ligação para matar saudade. Mas resolvi não dizer mais,  me despedi apenas,para conseguir terminar todo o trabalho que me olhava torto  naquele canto da mesa.

P.s Tem gente que relembra o que a gente já sabe, mas fala com o coração e isso nos chacoalha.

Um comentário:

Irmão Sol, Irmã Lua disse...

Oi Cátia,
Há um velho amigo que, por vezes, nos fala: "na mocidade perde-se a saúde correndo atrás do dinheiro e na velhice perde-se o dinheiro correndo atrás da saúde".
Um abraço do amigo,
Benja

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Só o pó!