Naqueles dias que pintar as unhas é decorrência.

A  cor se  chama  pimenta, faz  jus  ao estado de  espírito que sempre precede alguns acontecimentos. Relembrou hoje um  dos velhos prazeres  que  está  a tempo esquecido, por falta de tempo. Ir na manicure , ir lá  e  jogar  muita  conversa  fora, despreocupadamente. Falar  do último acidente na  rodovia  que passa  ali embaixo, que  foi hilário, num contexto  que  só acontece   e  com fatos  repassados  próprios  do interior  do mundo. Uma  carroça  com dois  cavalos, dois carros  e dezenas  de  curiosos,um deles , dos  cavalos,  veio a óbito, muitos prejuízos  materiais  e um emaranhado de  fatos  raros,  a citar  pelo  falecido  que  foi reconhecido  sem estar  com o dono.  Falar  de  todos os partos , do seu e  de  todas as  meninas  dela, pois mais  um bebê  se apresenta por  lá. Falar  de  cremes,  tinturas, futilidades  bem banais  e por  vezes  tão necessárias. E por último, quando a décima  unha estava  quase  pronta, aprender  só hoje, imaginem,   que faz parte  dos registros de  algumas  pessoas, uma listagem de nomes  proibidos de entrar no velório e  é claro com pessoa  de  confiança  que se der  sorte e não morrer  antes,  ficará na portaria. Rimos muito, voltei faceira pensando  que no meu velório por  enquanto apenas  uma pessoa não será  conviadada  a ficar, afinal a  vida  também  é espaço para  conquistar  visitas  pra  hora derradeira, rsrsrs.

Bom, de  bem aproveitável, a  cor, pimenta.

Eu recomendo!